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Reúnem-se aqui nove livros de uma produção de quarenta anos. Dos três primeiros – Lembrança Arranhada, Tesouro transparente e Sonos curtos – foi realizada uma seleção (espécie de foto/flagrante de cada um deles, com sentido compactador, projet ado sobre outro tempo), havendo refeitura/reescrita de textos/trechos. Na íntegra, são incluídos os seguintes, publicados entre 1998-2020 (com novas versões de alguns poucos poemas e algumas, mínimas, inclusões de textos), trazendo mais um inédito, C antarolado. Fica, assim, registrada em conjunto uma passagem de vida/época/criação de poesia.
Sobre a poesia de Mauricio Salles Vasconcelos
Lembrança Arranhada
A poesia é coisa viva. Como acho que este poeta quer que seja: uma brasa (…) Não mais barroco mineiro, mas barroco brasileiro por inteiro. Ele usa aliás a neblina da razão como camuflagem para ocultar seu adensamento poético. Interessante ver como isso já é uma atitude de malandragem. Nesta atitude que já é o avesso do avesso do avesso. (Jorge Mautner)
Um poeta maduro apesar dos seus verdes vinte e quatro anos. Alguns momentos da melhor poesia atual podem ser constatados na virulência do poema “Carnal” nas juvenilidades marioandradianas do poema que dá título a o livro na economia resumo-do-universo do quase haikai “Meneio”. (Antonio Zago)
Tesouro Transparente
Um sentido raro no poema jovem: a voragem persecutória do passado de já tão intumescida se esgarça e se deixa penetrar pelo sempre atu alíssimo silêncio. (…) Da obsessiva coleta de despojos nos vem uma música de veios tão sinuosos quanto a impossibilidade de se chegar a alguma coisa. Extremo olhar num tempo como o nosso. É esta a poesia. Vitoriosa. (João Gilberto Noll)
Ocid entes
É impressionante verificar como, neste poema maduro e terrível, Mauricio conseguiu sintetizar não apenas a Cidade (já não mais a Lisboa de Cesário Verde, mas o Rio do século XXI), e sim a própria condição do homem da Cidade que se abeira d o novo milênio com seus germes gorados e suas perspectivas virtuais. (Aurora Bernardini)
Ar Livre
É possível aproximar sua poética da tradição rimbaudiana e do que o próprio MSV, em ensaio iluminador sobre o poeta francês, chama de walk writing. O olhar do poeta fixa flashes, suspensos numa espécie de tempo-espaço mítico. Assim, aquilo que parecia referencialidade, é, com efeito, um vir-a-ser na própria linguagem, gesto habitável, e, por isso, “verdade deambulante. (Álvaro Faleiros
Código: |
9786553611085 |
EAN: |
9786553611085 |
Peso (kg): |
1,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
5,00 |
Especificação |
Autor |
SALLES, VASCONCELOS |
Editora |
KOTTER |
Ano Edição |
2022 |
Número Edição |
1 |