Como um autor que se dedica à análise da apreensão do surrealismo no Brasil entre as décadas de 1920 e 1940 finaliza seu estudo sugerindo que aquela vertente no país – enquanto conjunto de procedimentos e atitudes perante a vida e a arte – ainda teve algo a dizer, depois do período que estudou?
Se analisarmos seu escrito, perceberemos que Thiago Gil nunca deixa dúvidas de que é um narrador onisciente, que sabe o que ocorreu com seu objeto de estudo, após o período em que buscou analisa-lo. É essa consciência, inclusive, o motivo para que ele, ao mesmo tempo em que narra e aprofunda as questões que levanta, esteja sempre atento, tanto à necessidade de criticar a inscrição do seu objeto na história da arte que se escreve no país, quanto em sublinhar sua sobrevida após o período que se dedica estudar.
Sua fala é emitida do início da segunda década do século XXI, quando o movimento surrealista, e não apenas ele, já se encontra devidamente institucionalizado dentro do campo da históri a da arte e da indústria cultural. No entanto, se emite suas considerações, de fato, a uma confortável distância temporal do fenômeno que analisa, ele, ao mesmo tempo, atua também como se estivesse no Brasil no final da segunda grande guerra. E desse lugar – como uma figura bifronte, daquelas criadas por Ismael Nery –, analisa o que foi a percepção/apreensão do surrealismo no país entre os anos 1920 e 1940, ao mesmo tempo em que sublinha o tempo todo as maneiras como esse fenômeno foi inscrito p osteriormente na historiografia local.
Código: |
9788579392788 |
EAN: |
9788579392788 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
Thiago, Gil |
Editora |
ALAMEDA |
Ano Edição |
2014 |
Número Edição |
1 |