A indústria da miséria nos morros cariocas é o tema do novo livro do jornalista Julio Ludemir. Depois de explorar o sistema carcerário e o mundo das drogas em No coração do comando — onde a sobrinha de um dos fundadores do Terceiro Comando se apaixon a por um dos homens-forte do Comando Vermelho —, Ludemir mergulha no cotidiano das favelas cariocas. Sorria, você está na Rocinha mostra a realidade da mais famosa comunidade carente brasileira e maior favela da América Latina, encravada na zona sul do Rio de Janeiro. “Há tanto na Rocinha como nas demais favelas do Rio uma aquecida indústria da miséria, que aproveita cada uma das crises vividas pela comunidade, inclusive a atual guerra do tráfico, para vender novos projetos,” argumenta Ludemir.A costumado com a ginga e a malandragem dos morros cariocas, Ludemir esperava problemas com os traficantes, cada vez mais preocupados com jornalistas circulando por seus becos, prestes a denunciar suas atividades ilícitas. Mas uma surpresa o esperava n a Rocinha. O problema do autor não envolveu somente os soldados do tráfico — acusado de entregar o chefe do tráfico local, o jornalista chegou a enfrentar um julgamento, onde foi absolvido. A outra opção seria a morte. Dessa vez, o cargo de vilão foi dividido com as ONGs. As organizações não-governamentais, segundo o autor, se tornaram o outro poder nas favelas cariocas, administrando e controlando as informações dadas a jornalistas. “Para o povão da Rocinha, o cara que assume uma ONG ou uma ass ociação de moradores não o faz em nome do bem público. Vai para se dar bem, como qualquer vereador obtuso da cidade. Ouvi isso do primeiro ao último dia da minha estadia na favela”, explica Ludemir. Sorria, você está na Rocinha começou a tomar forma a partir da matéria Rocinha S.A. veiculada na revista Veja. Um estudo sobre o aquecimento da economia que levava empresários do asfalto a investirem na favela. “A atração se tornou inevitável quando o antropólogo Marcos Alvito e eu demos um passeio d urante toda a madrugada pela favela, sem que ninguém nos abordasse”, argumenta o autor. A partir desse episódio, Ludemir viu a Rocinha como uma comunidade aberta, sem dono e sem o terror da narcoditadura, pintada em cores fortes pela mídia. “Resolvi escrever o livro, uma grande homenagem ao processo de emancipação da Rocinha e suas grandes conquistas, como a de ter virado bairro”.O livro é uma reportagem romanceada e traz toda a liberdade oferecida pela ficção, mesmo quando Ludemir trabalhava co
Código: |
9788501068989 |
EAN: |
9788501068989 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
2,20 |
Especificação |
Autor |
Ludemir, Julio |
Editora |
RECORD |
Ano Edição |
2004 |
Número Edição |
2 |