Como parte do projeto de traduzir, diretamente do alemão, toda a obra de Karl Marx, a Boitempo Editorial publica um texto inédito no Brasil, com tema e estilo muito diferentes do restante de sua produção. Sobre o suicídio é uma peça ''''''''insólita'''''''' em meio aos seus trabalhos, como coloca Michael Löwy em ensaio que acompanha o livro. É um Marx que trata da esfera da vida privada, das angústias da existência mediada pela propriedade e pelas relações de classe, e que antecipa temas como o direito ao aborto, o feminismo e a opressão familiar na sociedade capitalista.Diferente também na sua origem, o texto tem por base uma tradução comentada de passagens de Du suicide et ses causes, um capítulo das memórias de Jacques Peuchet, diretor dos Arqui vos da Polícia de Paris durante o período da Restauração, que se torna uma espécie de ''''''''coautor'''''''' desta obra.Publicado uma única vez durante a vida de Marx, em 1846, e com grande parte da escrita feita por outra pessoa, por que ainda considerá-lo um texto de sua autoria? Para Löwy: ''''''''Além de havê-lo assinado, Marx imprimiu sua marca ao documento de várias maneiras: na introdução escrita por ele, na seleção dos excertos, nas modificações introduzidas pela tradução e nos comentários com que temperou o documento. Mas a principal razão pela qual essa peça pode ser considerada expressão das ideias de Marx é que ele não introduz qualquer distinção entre seus próprios comentários e os excertos de Peuchet, de modo que o conjunto do documento aparece como um escrito homogêneo, assinado por Karl Marx''''''''.A partir dos interessantes casos policiais de suicídio relatados por Peuchet, Marx tece as relações entre a vida privada e a estrutura social. Analisa o suicídio como expressão extrema de uma sociedade doente, de um sistema que necessita de uma transformação radical para resolver não só as questões do campo da política e da economia, mas também as opressões nas relações sociais e o mal-estar dos indivíduos.Embora Peuchet não fosse nem socialista nem revolucionário - ao contrário, defendeu a monarquia durante a Revolução Francesa -, Marx aponta que não é preciso ser socialista para criticar a ordem estabelecida. O que em Peuchet são críticas sociais de inspiração romântica publica das nas suas memórias, em Marx é apenas o começo da construção de uma análise ampla e sistemática do capitalismo.Em um dos casos relatados no livro - uma jovem esposa que, trancafiada pelo ciúme doentio do marido, comete suicídio - fica clara a inter
Código: |
9788575590782 |
EAN: |
9788575590782 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
13,00 |
Espessura (cm): |
0,50 |
Especificação |
Autor |
Karl, Marx |
Editora |
BOITEMPO |
Ano Edição |
2006 |
Número Edição |
1 |