A constituição de uma verdadeira clínica específica é um dos maiores desafios da psicanálise, caso ela não se queira ver reduzida a uma forma de psicoterapia, de antropologia, talvez de filosofia. Razão pela qual essa especificidade não tem sentido a não ser que dela se possa transmitir alguma coisa. A transmissão da clínica faz parte da própria clínica e trata-se de encontrar a justa medida entre a clínica e o que dela se transmite. O método constitui essa medida. É possível fazer a lista de mú ltiplas vias de transmissão: pelo analisante, dentro e fora do tratamento, pelas supervisões... e pelas publicações dos analistas. É essa última via que será explorada aqui. Para Freud, o relato do caso, romanesco, constituiu o lugar em que se devia encontrar a verdade do paciente e o saber que nela se transmitia. Mas Freud encontrou contradições. Quanto a Lacan, ele não publicou casos, mas fez de seu estilo um trunfo portador de um valor clínico e de um método que permitiam à clínica sair de ce rtas dicotomias, como teoria–prática ou individual–coletivo, que a enclausuravam nos modelos psiquiátricos ou sociológicos. Por meio de seu ensinamento, Lacan abriu uma via para a invenção clínica especificamente analítica, cujas primeiras balizas Ér ik Porge propõe aqui.
Código: |
9788526808638 |
EAN: |
9788526808638 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,30 |
Especificação |
Autor |
érick, Porge |
Editora |
UNICAMP |
Ano Edição |
2009 |
Número Edição |
1 |