Pandemônio é uma das primeiras manifestações literárias que li provocadas pela ou no contexto da pandemia que vem transformando 2020 em um daqueles cronônimos capazes de impactar […] O poeta Edson Cruz tem muita consciência desse tempo presente que o marcou: ele e sua família enfrentaram o COVID-19, conheceram os percalços da contaminação, sobreviveram. Existe em Pandemônio, portanto, uma tensão forte sobre o momento, o instante, a conjuntura de um corpo e de um lugar alterados e ameaçados pela intrusão. O poeta descobre, como se houvessem acendido um holofote à sua frente:
não há lugar seguro para a vida
no mundo (“Refúgio”)
É isso: o mundo, que deveria abrigar a vida, que antes servira para nutri-la e expandi-la, é agora uma zon a de perigo, uma área de exclusão. […]
Ocorre que o poeta – mais ainda, por ser poeta – não fica alheio às cintilações de uma recuperação: no plano pessoal, espera-se a cura no entanto, é no plano bem mais vasto da esperança que ele vislumbra uma via de escape. Em Pandemônio, logo se percebe a pulsão do contingente sendo paulatinamente trocada pela transcendência. […]
Felipe Fortuna (poeta, crítico e diplomata), na apresentação.
Código: |
9786586526547 |
EAN: |
9786586526547 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,50 |
Especificação |
Autor |
EDSON, CRUZ |
Editora |
KOTTER |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
1 |