Lâmina: superfície delgada ou matéria dura e cortante, lasca, fatia, faixa, estampa. A palavra que corta o tempo e a página, quase translúcida. A poesia farta não necessita da palavra exagerada. Susto, soluço, espasmo, calafrio. A poesia farta fala d a boca cerzida de dor, da pátria amarga que chuta nossos ossos com seus coturnos lustrados de sangue e preconceito. A poesia derramada, lírica, de versos contidos, pêndulo nas "curvas de figo em calda" àquilo que nos esmaga. Os poemas de Marcia Frigg i consagram, porque transubstanciam. Tornam arte o grito, tornam presente a memória. Marcia lapida a palavra, esculpe o verso, lamina o tempo presente: porto, vale, a morte embalada na semente estéril, o golpe. Dos haicais aos poemas de protesto, das "borbolentas" no interior de um vale aos mísseis na Síria, a poeta pulsa seu tempo nas artérias dos versos. Não se esconde, tampouco busca refúgio no vazio. A arte é, afinal, lugar de fala, território e causa. Neste seu livro de estreia, Marcia Frig gi forja o metal que recolhe nos calabouços da memória e das experiências, para recompor o território poético que habitamos. Viegas Fernandes da Costa
Código: |
9786580103393 |
EAN: |
9786580103393 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
MARCIA, FRIGGI |
Editora |
KOTTER |
Ano Edição |
2019 |
Número Edição |
1 |