• Inferninho

Inferninho

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Se uma plaquete quiser transportar a poesia de Natasha Felix, ela tem de ser capaz de vibrar e acolher o palco, a pista, o baile todo. Tem de ser um Inferninho. Desde a estreia da poeta com Use o alicate agora (Macondo, 2018), era fácil perceber que o que acontecia no texto escrito passava pelo corpo todo: a palavra de Natasha desloca as margens da página e chacoalha tudo ao redor. Em Inferninho, a artista remixa fragmentos da experiência ao longo de doze dias em Luanda e sua pesquisa em torno d a performance, a partir do desejo de “fazer o poema rebolar”. Não por acaso, a palavra disparadora dessa cena construída no livro é “apupú”, uma gíria angolana — nascida na cultura do kuduro — para “festa”, “rolê”. A plaquete desdobra a performance A pupú, em que poetas e artistas da dança, da música e do teatro se encontram para trançar as relações entre Brasil e Angola no som, na voz, no corpo. Dançando entre as palavras de Inferninho, não são poucas as vezes em que ouvimos a voz da poeta vindo de longe das páginas. É estranho, mas é como se o som não se projetasse das letras no papel para nossa cabeça, mas, sim, fizesse o caminho contrário, girando pelos nossos sentidos, pela nossa memória, até tocaralto e grave: “como pode um zunido corr er solto assim ó/ fazer essa algazarra/ agarrar na pele”?

Código: 9786561390071
EAN: 9786561390071
Peso (kg): 0,000
Altura (cm): 20,00
Largura (cm): 13,50
Espessura (cm): 1,00
Especificação
Autor Felix, Natasha
Editora CIRCULO DE POEMAS
Ano Edição 2024
Número Edição 1

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