“Leio nos Poemas baseados este verso, que me dá prazer: ‘a imagem é como a máscara é, e pessoa é como fausto é, e é como lúcifer sua imagem’. O texto é um objeto fetiche e esse fetiche me deseja. O texto me escolheu, através de toda uma disposição de telas invisíveis, de chicanas seletivas: o vocabulário, as referências, a legibilidade etc. e, perdido no meio do texto (não atrás dele ao modo de um deus de maquinaria) há sempre o outro, o autor. Como instituição, o autor está morto: sua pessoa c ivil, passional, biográfica, desapareceu mas no texto, de uma certa maneira, eu desejo o autor: tenho necessidade de sua figura (que não é nem sua representação nem sua projeção), tal como ele tem necessidade da minha. O que é a significância? É o s entido na medida em que é produzido sensualmente. Ricardo Pedrosa Alves escreve: ‘fausto fustiga o muito revolvido, religa os acidentes numa carne inconsútil e dura/quer o lembrar do leitor, numa briga, quando o fato e o boato combinam missa’. É cham ado poeta, não aquele que exprime seu pensamento, sua paixão ou sua imaginação por meio de versos, mas aquele que pensa versos: um Pensa-Verso.”
(Texto baseado em trechos de Roland Barthes em O prazer do texto – tradução de J. Guinsburg)
Código: |
9788568462676 |
EAN: |
9788568462676 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
PEDROSA, ALVES |
Editora |
KOTTER |
Ano Edição |
2018 |
Número Edição |
1 |