Pandemia e agronegócio: doenças infecciosas, capitalismo e ciência, de Rob Wallace, defende que os novos vírus que há alguns anos amedrontam o planeta com epidemias e pandemias são, sim, uma criação dos seres humanos. Mas, não, não estamos falando da s teorias conspiratórias difundidas pelos robôs de Donald Trump ou Jair Bolsonaro, que responsabilizam laboratórios chineses especializados em guerra biológica pela origem do novo coronavírus. Para o autor, esses micro-organismos são resultado da man eira como passamos a criar animais para consumo nos últimos quarenta anos. Quem já teve a oportunidade de ir a uma granja ou a uma fazenda de porcos sabe do que estamos falando: milhares (milhões) de animais confinados, muitas vezes impedidos de dorm ir e comendo 24 horas por dia para engordar — e ir para o abate — cada vez mais rápido. Para quê? Para aumentar os lucros das empresas, claro, que se transformaram em grandes conglomerados. O número de animais criados para alimentação cresce quase du as vezes mais rápido que a população humana. Aves, vacas, porcos separados pelo produto a ser extraído (carne, ovos, leite), em estabelecimentos onde compartilham raça, idade e sistema biológico. E isso, para a natureza, cuja lei mais importante é o equilíbrio na diversidade, significa uma praga gigante. Uma atração inevitável para outros animais, um banquete para micro-organismos. Um experimento permanente de mutações e contágios extremos. Rob Wallace vem escrevendo sobre isso há quase vinte an os. Lançado pela primeira vez em 2015, Pandemia e agronegócio, que agora chega ao Brasil graças à parceria da Elefante com Igra Kniga, reúne artigos do autor publicados desde 2007. Nos textos, o biólogo alerta sobre as origens da Sars, da gripe aviár ia e da gripe suína, alertando que, se os seres humanos não modificassem a maneira como criam animais para abate, teriam que lidar, no curto prazo, com novas formas de vírus cada vez mais mortais. E aqui estamos. "Os seres humanos construíram ambient es físicos e sociais, em terra e no mar, que alteraram radicalmente os caminhos pelos quais os patógenos evoluem e se dispersam. Os patógenos, no entanto, não são meros figurantes, golpeados pelas marés da história humana. Eles também agem por vontad e própria, com o perdão do antropomorfismo. Demonstram agência", escreve Rob Wallace na introdução de Pandemia e agronegócio. Além do conteúdo integral da versão estadunidense, a edição brasileira trará os textos mais recentes do autor e de seus cola
Código: |
9786587235059 |
EAN: |
9786587235059 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
4,00 |
Especificação |
Autor |
Rob, Wallace |
Editora |
ELEFANTE |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
1 |