amar sem ter é paradoxo de tempo e espaço é sismo sem magnitude amar sem ver amar sem nunca saber 160 é o oco do solilóquio é o virtuosismo do mormaço amar sem haver, sem nem refúgio nem regaço 0 o solipsismo do osso o insosso do avatar amar sem contemplar amar sem abraço 60 é o aço do estoicismo é esboço de amar, ameaço amar sem abranger é a armadilha da tro ça bagaço de amar, sobrosso amar sem ter vossa mercê haver-se assim não se possa amar sem ser O “olho reav ido” deste novo livro de poemas de Luci Collin preenche o espaço entre o dito e o não dito. Luci ousa na escolha do que enuncia e no silêncio que fala (“o justo pejo do silêncio honrado na palavra feito olho” “luz sem sombra, silêncio bruto”). Da le itura das imagens dos poemas, concluímos que o olho não é incisivo, que pode ser de “pérola e espanto”, pode ser um coração que sangra e ser ilusório o que vê. Enxerga os entardeceres e o escuro, o da “noite solitária e cega” de uma epígrafe de Agrig ento. “Um olho de alcance enigmático e admissível” está também no esquecimento e na memória, “engenho e abrigo” que tornam presente a ausência. “Protege contra lembranças mutiladas”, segue os caminhos da melancolia e do desejo e vê a história fugir “ nalgum cavalo fátuo porque tem seu próprio alfabeto.” Memória “de baú primitivo” (“sou longe e existida”): o que já foi e dolorosamente falta. Uma poesia “que resulta de sentimento” — “sim, isso” —, para parodiar uma epígrafe de Wallace Stevens, não teme o lugar do “eu”, aqui um “eu” oblíquo, contido, “severo” ou “extravagante”, que não se sobrepõe à segunda ou à terceira pessoa, nem às coisas (“o que é mais desconforme nisso tudo: eu mesma/ou/essa mesa que pus/com duas xícaras de chá”). Este “e
Código: |
9786555191783 |
EAN: |
9786555191783 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
20,50 |
Largura (cm): |
13,50 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
Collin, Luci |
Editora |
ILUMINURAS |
Ano Edição |
2022 |
Número Edição |
1 |