• NEGRURA

NEGRURA

  • Disponibilidade: Esgotado
  • R$39,70



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Poesia personalíssima, leve e crispada, suave e tensa, com o sabor das coisas simples e ao mesmo tempo amargas. Poesia para desvelar o oculto e sugerir respostas a homens que indagam. Poesia que se quer unicamente terrena e essencialmente huma na. A força telúrica contida em poemas como “Diáspora”, “Banzitude” e “Negror” faz lembrar do “horror de mortos empilhados em espaço exíguo” dos navios negreiros. Referências aos escritores negros Cruz e Souza, Oswaldo de Camargo e Lima Barreto valor izam a “Negrura” de Edson Cruz. Estamos diante da atualização mais bela e bem-sucedida, do ponto de vista existencial, estético e filosófico, da libertária “poética da indignação” inaugurada por Castro Alves.

[por Nicodemos Sena, romancista e edit or (na quarta capa)]

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“Edson Cruz não sucumbe nem ao denuncismo óbvio, nem pisa distraído o terreno violento do racismo com as sandálias levianas do poeticamente correto. Sua singular negrura (como a de todos os não-brancos) se transfigura e m proliferantes sentidos, porém jamais fugindo à materialidade mesma da linguagem.”

[por Ronald Augusto, poeta, músico e ensaísta (na orelha)]

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“Negrura nos apresenta um conjunto de poemas bem apurados, reveladores de um cuidado excessivo com a equação forma X fundo. De um lado, a necessidade premente de exprimir a questão racial, mas de outro a preocupação em não reduzir a poesia a muro de lamentações. Os contornos da problemática racial brasileira, elementos que a configuram, têm a scendência sobre as pulsões da alma neste livro informado por Fanon, Cesaire and Cie.”

[por Anelito de Oliveira, doutor em Literatura Brasileira pela USP, Pós-Doutor em Teoria Literária pela Unicamp e publisher da revista Sphera (no posfácio)] ***

Aperitivo:

CALUNDÚ



eu não falo inglês

língua de bárbaros

sem esperança.

nem esperanto

língua sem alma

impossível ao canto.

me vingo toda noite

sonhando

em língua ancestral

banto.





LUSOFONIA ainda há muitos corpos

insepultos

muitas vozes com gargantas

decepadas

tantas marcas tatuadas

ainda em brasa

quantas frátrias fraturadas

em nome da pátria

tantas línguas encobertas

tantos ataques e sotaques

e sempre a mesma dicção

de aporia

a camuflar

soterrar

degenerar

com seu perfume de flor vulgar

a última do Lácio

a nos embriagar

à afasia

com seus acentos

seus desacordos ortográficos

e sua oceânica pretensão

de lusofonia.

Código: 9786553611382
EAN: 9786553611382
Peso (kg): 0,000
Altura (cm): 21,00
Largura (cm): 15,00
Espessura (cm): 1,00
Especificação
Autor EDSON, CRUZ
Editora KOTTER
Ano Edição 2022
Número Edição 1

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