A história de vida de Friedrich Hölderlin (1770-1843) – poeta alemão da região da Suábia – representa a síntese de todos os influxos políticos, filosóficos, estético-literários da época: a Revolução Francesa, o estudo da teologia, da literatura alemã (Klopstock), da filosofia de Espinosa (panteísmo), Rousseau (contrato social), Kant (Crítica da razão pura), Fichte (o confronto do eu-absoluto com o não-eu), da estética de Schiller e da filosofia grega (Platão e os pré-socráticos). Conviveu com Sc hiller, Herder, Goethe e outros literatos. Amigo e colega no convento de Tübingen de Hegel e Schelling colaborou decisivamente na elaboração do Mais antigo sistema do idealismo alemão no qual proclama que a poesia se tornará “o que foi no c omeço – mestra da humanidade”. Tanto nas poesias (muitas em várias versões) como no romance Hyperion (em três versões) e na peça teatral, Hölderlin foi modificando o texto de acordo com a evolução de suas formulações e lucubrações político- filosófico-estéticas. Na tragédia, deslocou o problema individual da culpa de Empédocles (primeira e segunda versões), ou seja, da soberba, da hybris, de proclamar-se deus diante do povo, para o ângulo coletivo como redentor da humanidade (terce ira versão) a fim de justificar a morte do filósofo no Etna. Sua reflexão sobre o trágico, seja no ensaio Fundamento do Empédocles, escrito para explicar o drama, como na peça, especifica a missão do poeta, a de conciliar a oposição entre o subjetivo e o objetivo no Si-mesmo. Mais de um século depois, C.G. Jung defendeu idêntica concepção (consciente, inconsciente e Si-mesmo). Hölderlin vale-se do mito do filósofo, político, taumaturgo e poeta grego para criticar a Alemanha materialist a e tecnicista de então, afastada dos deuses – Gottesentfernung – e antevê o retorno dos mesmos – Gottesnähe. Vislumbra assim a utopia de uma revolução do espírito, a renovação da interioridade individual alicerçada nos princípios da R evolução Francesa e do amor. Com o modelo de sociedade embasada no ideário dos pré-socráticos de unidade com tudo o que vive, do unus mundus, levanta questões como renascimento individual e dos povos, imortalidade da alma, purificação, dinamicid ade, a missão do poeta e da poesia. Configura o papel social da literatura e da arte, preocupação esta inerente a todos os seus contemporâneos. Influência marcante sobre Nietzsche que chega a escrever o esboço de seu Empédocles, sobre Rainer Maria Ri
Código: |
9788573212761 |
EAN: |
9788573212761 |
Peso (kg): |
1,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,90 |
Especificação |
Autor |
Holderlin, Friedrich |
Editora |
ILUMINURAS |
Ano Edição |
2000 |
Número Edição |
1 |