Numa época como a nossa, em que escutar as diferenças tem sido particularmente difícil, Hilza Ferri tem a ousada proposta de fazer dialogar campos discursivos que, apesar de terem seus pontos de interseção, também distanciam-se bastante no modo de ab ordagem disso que compartilham. O livro parte de uma premissa importante: o fato de que tanto a psicanálise como o feminismo negro debruçam-se sobre algo que excede a normatividade fálica, aquela que Lacan chamou de norme-male, neologismo que na líng ua francesa equivoca o normal com a “norma-macho”. De fato, estamos diante de algo que não se submete completamente à drenagem operada pelo significante fálico, aquele que inscreve o impossível como falta na cadeia simbólica. Pois bem, partindo desse mínimo em comum, ou seja, o fato de identificarem na mulher, no negro (mas também, no nordestino, na comunidade LGBTQIA+, entre outros) os avatares disso que historicamente ocupa um lugar de rechaço na cultura por não se encaixarem na ortopedia do g ozo fálico, teriam a psicanálise e o discurso feminista negro algo em comum no modo de abordagem dos sujeitos que encarnam essas identidades? Penso que é esta a questão fundamental que o livro de Hilza tenta responder.
| Código: |
9786587399751 |
| EAN: |
9786587399751 |
| Peso (kg): |
0,000 |
| Altura (cm): |
21,00 |
| Largura (cm): |
14,00 |
| Espessura (cm): |
1,00 |
| Especificação |
| Autor |
Erri, Hilza |
| Editora |
ALLER |
| Ano Edição |
2025 |
| Número Edição |
1 |