Os trabalhos analíticos e interpretativos de fôlego sobre poesia contemporânea são mais ou menos escassos. As dificuldades que justificam essa circunstância são diversas mas talvez a maior delas seja, num país continental como o Brasil, a reunião do s muitos poetas e livros disponíveis num período recente, advindos de regiões distantes.
Outra dificuldade, certamente de natureza mais literária, é a relação algo demorada ou emperrada dessa poesia com o cânone, aí incluídas não apenas a tradição qualificada de textos, mas também a crítica prestigiosa e as instâncias sagradoras, especialmente a universidade e o aparelho escolar em geral. E, atualmente, com a deplorável irrelevância das notícia e crítica jornalísticas, o poeta e seu livro de poesia contemporânea tendem a fenecer na praia... ou no gueto.
Apesar desse quadro quase desanimador os poetas continuam poetando e seu livros saem para leitura e avaliação. Então não é de admirar nem estranhar que os estudos sejam raros e as opin iões se dividam na tentativa de dar conta do que de fato constitui e representa essa poesia de pouco chão, viço duvidoso e força inovadora, ou não, sempre em questão.
Parece certo, contudo, não obstante o avanço avassalador das novas tecnologias, que a poesia publicada impressa em livros, seu veículo mais tradicional e consagrado, não está morta. Nesse passo, a crítica dessa poesia questiona se ela está aderida ao mercado (e à mercadoria) e às mídias eletrônicas, incapaz de autonomia e transc endência. Ou, ainda, se se perde no formalismo estéril, já vulgar, da poesia sobre a poesia. E também se ela, frente à inevitável tradição (moderna, modernista ou mais antiga) perdeu sua força relacional sem incorporar inovadoramente o que há de vivo na experiência passada (pessoal e social).
Ao mesmo tempo, há uma parte da crítica que parece esperar e reivindicar algum poeta (ou obra) que configure um projeto mais sólido e extenso, o que talvez não se realize porque os tempos atuais não estã o a exigir nada disso. A poesia contemporânea, melhor, mediana ou fraquinha, está mais solta, fragmentada e de marcas menos determinadas.
Pois bem. O livro que o leitor tem em mãos atualiza com largo fôlego essas inúmeras e variadas questões e con stitui um esforço muito meritório e abrangente de estudar, analisar e interpretar as diferentes veredas da nossa poesia contemporânea. Se ela vale em si mesma, como se relaciona com as várias tradições da poesia brasileira, e o que há nela de vivo, r
Código: |
9788577511006 |
EAN: |
9788577511006 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,30 |
Especificação |
Autor |
Alexandre, Bonafim |
Editora |
NANKIN EDITORIAL |
Ano Edição |
2015 |
Número Edição |
1 |