O atual modelo de desenvolvimento, produtivista-consumista, levará muito provavelmente a humanidade à autodestruição. Precisamos denunciar o processo de degradação em curso e construir uma outra forma de organização social e econômica que nos permita viver e conviver harmoniosamente com a natureza, da qual fazemos parte. A Amazônia está no centro do debate sobre a crise ambiental, não apenas para o nosso país, mas para todo o mundo. O estudo aqui publicado, apoiado nas pesquisas mais recentes so bre a região, oferece dados e análises preciosos para interrompermos a "economia de destruição da natureza" e possibilitarmos a emergência de uma "economia do conhecimento da natureza". O estudo mostra, entre outras coisas, que, até 1960, apenas 1% d o território da Amazônia havia sido desmatado, e hoje são 20%. Entre 2004 e 2012, houve significativa redução do desmatamento, mas, depois, voltou a crescer. Em 2016, o Brasil foi o sétimo emissor mundial de gases de efeito estufa: deste total, 51% f oram causados pelo desmatamento. Nos últimos meses, tem havido um verdadeiro descontrole por parte do governo em favor de um processo que corre o risco de levar à savanização e desertificação da Amazônia. É possível, demonstra o autor, com apoio em p ráticas que já ocorrem na Amazônia, mudar a situação, reverter o quadro negativo, valorizar a experiência e a vida dos povos tradicionais, combinar a sua cultura com os avanços da ciência e da tecnologia, apoiar e ampliar as unidades de conservação. Dando o devido valor à maior área de biodiversidade do Planeta, o Brasil tem condições de oferecer uma contribuição global fundamental na luta contra as mudanças climáticas. Esperemos que este trabalho ajude a tomar consciência da gravidade da situaç ão em que nos encontramos, com riscos tanto para o Brasil como para o mundo, e que enveredemos com urgência na mudança de rumo da qual necessitamos._x000D_
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— Ivo Lesbaupin, no Prefácio_x000D_
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Este texto oferec e argumentos e dados empíricos para contestar a visão tão frequente de que o crescimento econômico na Amazônia supõe a substituição de áreas florestais (em geral ocupadas por populações indígenas e ribeirinhas) por atividades agropecuárias tradiciona is como a soja e a pecuária. Mostra também que a destruição florestal, além de privar o Brasil e o mundo de serviços ecossistêmicos indispensáveis à própria vida, apoia-se em atividades ilegais e, com muita frequência, no banditismo. As consequências
Código: |
9788593115547 |
EAN: |
9788593115547 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
13,00 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
Ricardo, Abramovay |
Editora |
ELEFANTE |
Ano Edição |
2019 |
Número Edição |
1 |