O mito em torno da obra De tribos impostoribus remota à Idade Média, quando já se falava de um livro proibido que tratava os líderes das três grandes religiões monoteístas como impostores.
O mito foi ganhando cada vez mais força, sobretudo, no fim do século XVII e no início do século XVIII, em função da filosofia panteísta de Espinosa (acusado, por sua ideia do "Deus sive Natura", de ser um dos mais "ímpios ateus" de todos os tempos). Em 1719, é publicada uma biografia anônima de Espinosa, in titulada "La vie de Mr. Benoît de Spinoza", em uma revista holandesa chamada Nouvelles littéraires. Algum tempo depois, também na Holanda, vem a público La vie et l?sprit de Mr. Benoît de Spinoza, que junta a biografia anônima com um outro texto, tam bém anônimo, chamado "L?esprit de Mr. Benoît de Spinoza" (esse, sim, conhecido então, popularmente, pelo nome de Tratado dos três impostores).
Depois de 1719, muitas versões surgiram, manuscritas e impressas, de O espírito de Baruch de Espinosa (c om o novo título de Tratado dos três impostores), dissociado da biografia, que torna a aparecer impressa em 1735, sem o outro texto. Enfim, por mais que os estudos tenham avançado, ainda permanece incerta (e talvez continue sendo) a autoria e mesmo a existência real de um De tribos impostoribus. Nesse caso, parece que foi do mito que nasceu a realidade, ou melhor, a própria obra.
Regina Schöpke
Código: |
9788599102855 |
EAN: |
9788599102855 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
13,50 |
Espessura (cm): |
2,20 |
Especificação |
Autor |
Século, Xviii |
Editora |
MARTINS FONTES |
Ano Edição |
2007 |
Número Edição |
1 |