• Gregório De Matos - Vol. 3: Poemas Atribuídos. Códice Asensio-cunha

Gregório De Matos - Vol. 3: Poemas Atribuídos. Códice Asensio-cunha

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Na sátira atribuída a Gregório de Matos e Guerra, o caráter e as paixões do personagem satírico que vitupera vícios e viciosos são inventados retoricamente com categorias e preceitos éticos, jurídicos e teológico-políticos da “política católica” ibér ica, sendo repetidos nos poemas como esquemas opositivos de ação verbal: catolicismo X heresia e gentilidade brancura X não brancura da pele discrição X vulgaridade fidalguia X plebe honestidade X desonestidade liberdade X escravidão masculino X feminino sexo natural X sexo contra naturam. Constituindo-se como semelhança virtuosa das categorias positivas, o personagem satírico compõe os tipos viciosos como semelhanças malvadas das negativas, afirmando ser tipo virtuoso, por isso indignado contra a corrupção da sua Cidade segundo uma afetação retórica de indignação, como ocorre na Sátira 1, 79, de Juvenal: [...] si natura negat, facit indignatio versum. Quando declara que a ordem racional do seu mundo está corrompida e que sua indign ação faz o verso, o personagem de Juvenal afirma também ignorar o valor da disciplina poética. Com verossimilhança dramática, alega viver num mundo caótico em que expressa sua indignação caoticamente, como se o discurso fosse expressão informal da su a ira. Obviamente, é artifício dizer que “não há artifício” no que é retoricamente dito. A irracionalidade da indignação do personagem é inventada racionalmente, enfim, pela técnica de contrafação do fingimento poético que produz estruturas “indignad as” e “excessivas”. No século XVII, vulgares as recebiam como ausência de artifício.

Código: 9788582173039
EAN: 9788582173039
Peso (kg): 1,000
Altura (cm): 21,00
Largura (cm): 14,00
Espessura (cm): 3,00
Especificação
Autor João Adolfo; Moreira, Marcello
Editora AUTENTICA
Ano Edição 2014
Número Edição 1

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