A "pérola” deste livro, ao contrário da outra, que se forma a partir de fragmentos de matérias que se introduzem nas valvas das ostras, é de carne, osso, lágrimas, sangue e sonhos, muitos sonhos, da gente que habitava na embocadura do rio Tapajós, qu ando, em 1637, a expedição comandada pelo português Pedro Teixeira subiu o rio Amazonas e deparou-se com a aldeia do povo tupaiu, sendo recebido pela altiva Moaçara (fidalga grande).
Esse capitão português, o padre e os soldados que o acompanhavam bem que poderiam ser comparados aos grãos de areia ou cacos de vidro que se depositam no interior da ostra para gerar a pérola. A introdução desses corpos rudes e estranhos na desprotegida sociedade tupaiu deu início ao doloroso processo de formação da “Pérola do Tapajós”, como é conhecida a cidade de Santarém, cujos primórdios remontam ao já longínquo ano de 1661, quando o padre jesuíta João Felipe Betterdorff fundou a Missão religiosa na aldeia dos tupaiu, a qual foi elevada à categoria de Vi la em 1758.
Este livro, escrito a várias mãos e em “prosa e verso”, foi concebido a partir de ideia do presidente da Academia de Letras e Artes de Santarém, professor Anselmo Alencar Colares, o qual teve a adesão entusiástica do vice-presidente Rena to Aurélio Carvalho Sussuarana e de outros integrantes do silogeu. Chega em boa hora. Com leveza e senso crítico, os pés no presente e o olhar de dentro para fora, joga luzes sobre o processo histórico, social, cultural e político da região Oeste do Pará, trazendo elementos do passado, a fim de que, ao refletirmos sobre estes, um futuro melhor possa ser construído para os habitantes do Baixo Amazonas.
Dissertativo e poético, lúdico e pedagógico, esta obra revela não apenas os brilhos da “pérola ”, famosa por suas praias, suas águas e iguarias, como também reflete sobre as origens nebulosas, o desenvolvimento conflituoso e instiga-nos a imaginar possíveis desfechos para o drama-tragédia que se iniciou com a chegada do colonizador europeu ao Grão-Pará (hoje Amazônia). Assim o faz porque as vozes que nos falam nas páginas deste livro – de professores, jornalistas, historiadores, artistas da palavra, da pintura e da música – eufonizam o que de mais sábio e legítimo se gestou no interior da Pérola do Tapajós, nas diversas áreas do conhecimento humano, desde a pesquisa acadêmica até os saberes da terra. (Texto das orelhas, de Nicodemos Sena)
Código: |
9786589841173 |
EAN: |
9786589841173 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
SOUSA, SOARES |
Editora |
LETRA SELVAGEM |
Ano Edição |
2023 |
Número Edição |
1 |