• Arte E Mercado

Arte E Mercado

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A partir do século XVI, a arte passou por mudanças notáveis ao se emancipar, aos poucos,de seu grande cliente, a Igreja. No século XIX, também o Estado sai de cena: os artistas criam o que querem, sem esperar por encomendas e vendendo no mercado que surge. A autonomia total da arte parece alcançada. O mercado, porém, logo revela seus problemas e outra vez se pensa no Estado como solução, numa outra chave, aquela que pede à arte para ocupar-se menos com suas questões próprias e mais com seus aspe ctos extrínsecos (a arte pelo social, a arte pelo turismo, a arte pelo desenvolvimento econômico). Esses novos “mercados sociais” pautados pelo Estado estão longe de resolver a questão: os artistas ainda ganham mal e continuam tendo de curvar-se à po lítica ou ao marketing econômico. Os meios artísticos não gostam da economia, escreve Xavier Greffe no início deste livro. Poderia ter dito também que os meios artísticos (e culturais) recusam a ideia de que a arte (ou a cultura) seja pensada em term os de economia e, menos ainda, submetida ao sistema econômico. Não aceitam tampouco que a lógica econômica esclareça aspectos centrais das atividades artísticas. O grande medo por trás dessas recusas é que a economia, disciplina imperialista como ele diz, possa impor à arte seus valores e princípios.O problema, porém, é que a arte não escapa da dimensão econômica. Não só hoje como, para não ir mais longe, na Renascença, quando o preço mais alto de certos pigmentos, como o azul, determinava a com binação de cores de uma pintura muito mais e para muito além de considerações estritamente estéticas. A arte buscou durante muito tempo sua autonomia – diante da religião e, depois, do Estado. O mercado foi a grande alternativa, sobretudo depois que, graças a ele, os artistas puderam dispensar até mesmo as encomendas específicas que recebiam dos compradores particulares e passar a criar o que bem entendessem, cabendo ao mercado, num segundo momento, comprar ou não o que haviam feito. Cada uma de ssas etapas de liberação tem seu valor e seu preço econômicos. Neste estudo, Xavier Greffe põe em evidência os encantos e desencantos do artista diante das diferentes esferas das quais dependeu e depende. Uma parte importante de seu livro é dedicada às relações da arte com a economia de mercado e outra, às tendências observadas hoje de levar a arte a ocupar-se mais de seus efeitos sociais e econômicos – manifestados em temas como a inclusão social, o atendimento das exigências do turismo e as ne

Código: 9788573214147
EAN: 9788573214147
Peso (kg): 0,000
Altura (cm): 23,00
Largura (cm): 16,00
Espessura (cm): 1,90
Especificação
Autor Greffe, Xavier
Editora ILUMINURAS
Ano Edição 2013
Número Edição 1

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