• Camille Kachani, O Exílio Como Motor Da Obra

Camille Kachani, O Exílio Como Motor Da Obra

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Camille Kachani, o exílio como motor da obra reúne trabalhos produzidos ao longo da trajetória de trinta anos de carreira do artista, acompanhadas de um ensaio do curador e crítico Paulo Herkenhoff. Mesclando escultura, colagem e desenho, a prática a rtística de Kachani investiga a transformação da natureza ao conferir novas leituras a elementos cotidianos, que perdem suas funções previamente estabelecidas ao se tornarem novos e singulares artefatos híbridos. Enormes moscas ou caçambas de lixo de pelúcia, galhos crescendo de livros ou de instrumentos musicais, desenhos formados por goma de mascar ou pó de café e leite fazem parte desse universo criado pelo artista. A arte de Kachani, dessa forma, desconstrói certezas e abala convicções, expl orando conceitos como identidade, pertencimento, cultura e movimento.

Como descreve Herkenhoff, Camille Kachani faz parte de um selecionado conjunto de artistas filósofos contemporâneos que entendem a arte como “um processo conceitual denso e sól ido”. Para o autor, “o extenso universo da produção de Kachani envolve assuntos tão díspares como o abjeto e a fenomenologia da música, a guerra e as moscas, uma dimensão babélica da linguagem e a história a contrapelo benjaminiana, a felação e um pi ano, a misantropia e um violino, afetividade e granadas, racismo e memória, Nietzsche e Lispector, o estranhamento e a vegetação.” Essas aproximações levam as reflexões de Herkenhoff para os campos da filosofia, linguística, psicanálise, ciências pol íticas e religião, na tentativa de alcançar o complexo corpus kachaniano, repleto de sentidos, símbolos e significados.

Trecho:
“O que é um livro de artista? A bibliotheca kachaniana leva à indagação sobre o que é um livro para um artista, o que é seu estatuto de obra de arte, o que é sua estrutura material. São muitas as respostas e, dependendo da experiência mais restrita ou mais expandida do conceito, elas podem ser: o livro de arte, o livro ilustrado, o fac-símile e o livro de artista p ropriamente dito, o quase-livro, o pseudo-livro, o objeto-livro, o livro-jardim, o livro-objeto, o não livro — estas últimas formas são conjugadamente mais próximas das operações bibliológicas de Camille Kachani. Em parte, seus livros-jardim são assi mbólicos porque eles não atribuem um significado especial “na escolha das plantas que se espraiam sobre o livro, além de uma busca pelo equilíbrio estético-formal”. No entanto, elas indicam uma dimensão ecológica que apontam para a ecosofia de Félix

Código: 9786556911038
EAN: 9786556911038
Peso (kg): 1,000
Altura (cm): 28,00
Largura (cm): 22,00
Espessura (cm): 2,30
Especificação
Autor Paulo, Herkenhoff
Editora COBOGO
Ano Edição 2023
Número Edição 1

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