Eis uma fotografia instantânea de uma população numerosa: centenas de vultos de mulheres pobres, negras, desfilam ante os olhos do leitor, mostrando a passagem maciça da escravidão para outra condição servil, a de doméstica nos fins do século XIX. Qu adro que ainda nos é parcialmente familiar. Dizia um brasilianista europeu: “Não dá para entender o Brasil sem considerar uma figura que lhe é peculiar: a empregada doméstica”.
O período escolhido por Lorena Féres da Silva Telles presta-se como n enhum outro a uma leitura ideológica, uma leitura que leva em conta a manifestação da mentalidade da classe dominante e da classe subalterna.
Lidando com contratos de trabalho e com a crônica policial, a historiadora faz vir à tona vários aspectos relevantes do cotidiano popular de São Paulo daquele fim de século XIX e começo do século XX. Conforme os registros policiais, a extrema miséria nas mulheres sempre se confundiu com vagabundagem e prostituição. Isso agravado pelo preconceito de cor. O processo de retificação faz da doméstica um corpo a ser explorado, alienado. As investidas dos patrões não são seguidas, a não ser aleatoriamente, por garantias jurídicas que instituam uma igualdade entre manceba e esposa, ou entre os filhos na turais e os legais. Dessa maneira, o livro que agora é publicado é rico de observação nesse sentido.
Sobre a autora: Lorena Féres da Silva Telles graduou-se em História pela Universidade de São Paulo e pela Paris-IV, Sorbonne. É mestre em História Social pela Universidade de São Paulo.
Código: |
9788579391927 |
EAN: |
9788579391927 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,50 |
Especificação |
Autor |
Silva, Telles |
Editora |
ALAMEDA |
Ano Edição |
2013 |
Número Edição |
1 |