Luca Barbabianca demonstra um domínio invejável ao utilizar a forma fixa. Seus decassílabos são rigorosos, porém em momento algum enfadonhos. Muitos poemas nos remetem a Pessoa, Drummond, Murilo Mendes e claro, Glauco Mattoso, mestre do soneto. Sonet os de Augusto dos Anjos, Vinícius de Morais e Paulo Bomfim (a quem, inclusive, Barbabianca rende homenagem), me parecem fonte de leitura e de consulta para a artesania de sua poética. A escolha das formas fixas (sonetos e indrisos), por sua caracterí stica formal um tanto hermética, valoriza a melopeia.
Destacaria seus sonetos Arrepio, com um falso flerte com a lírica amorosa Avatar, no qual predomina uma preocupação existencial Soneto da aporia (um dos melhores desta coletânea), traz quest ionamentos sobre as incongruências do indivíduo contemporâneo Sonho libertário, o qual flerta com a vertente social, porém sem ser panfletário Soneto herético (me lembrou um pouco Drummond, um pouco José Chagas), é uma espécie de provocação nada ve lada à instituição religiosa O último riso da vileza, em que sua verve irônica atinge em cheio quem o ler (até o leitor um tanto desatento).
Se o leitor e a leitora nunca ouviram falar em indrisos, não percam tempo! O volume que têm em mãos é um a pérola. Deleitem-se!
Daniel Osiecki, editor
Código: |
9786580103980 |
EAN: |
9786580103980 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
1,50 |
Especificação |
Autor |
LUCA, BARBABIANCA |
Editora |
KOTTER |
Ano Edição |
2020 |
Número Edição |
1 |