Esforcei-me por falar bastante sobre o Rio em toda a minha vida. Por amor. Falar sobre a gente do Rio, a história, a filosofia do Rio, a geografia do Rio. Senti então vontade de falar sobre as feições mais ricas do Rio, as belezas especiais, as joias do Rio. As joias do meu coração. Escolhi treze, que é o meu número. Afastei, empurrei as outras que são muitas conheço todas, já fi z campanhas, fui síndico. Poderiam ser cento e trinta ou até mil e trezentas, mas acariciei essas treze. Dormi vária s noites sobre elas. E um dia acordei com catorze. Rejeitei, rejeitei várias vezes e recontei, queria treze. E eram catorze. Bem ei-las.
R. Saturnino Braga
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Quem conhece, já ouviu ou leu al gum texto de Roberto Saturnino Braga, sabe que ele é um carioca militante. Sempre que pode, fala e escreve sobre a sua cidade, cheio de amor a seu povo, a sua história, a filosofia do Rio, a sua geografia.
Em “Joias do Rio”, um livro de crônicas, Saturnino não se desmente e elege 14 sítios emblemáticos da cidade – as suas “catorze belezas essenciais” – como objeto principal e único de suas narrativas.
Engana-se, porém, quem supor que, face ao momento crítico que atravessa o Rio, o escritor tenha se deixado levar por um clima nostálgico e melancólico. O livro é delicioso de se ler, sem nenhum saudosismo, um tour inteligente e rico de informações pelos recantos mais bonitos da cidade, uma redescoberta de um Rio de Janeiro que ainda exis te e tem mil histórias para contar.
Nesta viagem pelo tempo e espaço descobrimos, só para dar um exemplo, que o túnel que liga o Botafogo a Copacabana foi construído no final dos anos 1800 e inaugurado pelo então presidente Floriano Peixoto que F igueiredo Magalhães era um médico importante de Copa e que o Peixoto era um sorridente português dono da chácara que veio a se tornar o não menos simpático bairro Peixoto.
Da Lagoa Rodrigo de Freitas, ele faz uma verdadeira arqueologia sobrepondo as suas diversas fases, e com pitadas anedóticas: vocês sabiam que Rodrigo de Freitas era o jovem amante (e depois marido) da já balzaquiana Dona Petronilha, proprietária da fazenda que ladeava o lago?
E para quem quiser pular etapas, duas dicas: delicie-se com a crônica Jardim Botânico, uma ode à vida, um passeio pela memória e pelo afeto, por “este sítio que é a própria divindade, a natureza, aberta, olorosa e acolhedora a qualquer um”. E com a cronica Praça Mauá, e seus olhos voltados para
Código: |
9788579395710 |
EAN: |
9788579395710 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
20,50 |
Largura (cm): |
18,00 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
Saturnino, Braga |
Editora |
ALAMEDA |
Ano Edição |
2018 |
Número Edição |
1 |