Subjetividade e natureza são objetos temáticos que têm permanecido no foco do pensamento filosófico desde os primórdios da filosofia na Grécia Clássica. A busca pelo princípio ativo produtor da natureza – a physis – anima, por exemplo, a reflexão de pensadores tão diversos quanto Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Heráclito de Éfeso ou Parmênides de Eléia, enquanto o dito socrático “conhece-te a ti mesmo” inaugura a disposição a tomar o próprio sujeito e a própria razão como tópicos privile giados da filosofia. Ao longo dos séculos os sistemas filosóficos tenderam a ou – e aqui a modernidade consiste no paradigma mais emblemático dessa postura – tomar a subjetividade como ponto de partida da reflexão filosófica, abordando todos os outro s tópicos – como, por exemplo, a natureza – com base nos resultados oriundos dessa investigação inicial, ou partir de uma investigação acerca da natureza para estabelecer no interior desta o lugar a ser ocupado pelo subjetividade, delimitando assim a estrutura, o exercício e o alcance das faculdades constituidoras do sujeito.
A filosofia contemporânea se constitui, pode-se dizer, sob o signo da desconfiança em relação a essas duas perspectivas totalizantes e que tendem, em última instância, à redução de um polo ao outro sem atentar para os vínculos que os ligam e que tornam fatalmente parcial e empobrecedora qualquer tentativa de tomar um deles como mero epifenômeno ou extensão do outro. Os textos reunidos neste volume, escritos por pesq uisadores integrantes do Capes-Print Subjetividade e Natureza, que congrega pesquisadores do PPGFIL da UERJ e de universidades dos EUA, da França e da Alemanha, refletem sobre as intrincadas relações dialéticas entre natureza e subjetividade.
*** A noção de subjetividade passou a ocupar uma posição de inegável centralidade no pensamento filosófico a partir da irrupção da modernidade, fornecendo um fio condutor para compreendermos boa parte dos debates que animam o pensamento filosófico con temporâneo. Com efeito, o cenário atual é povoado por discussões acerca da superação ou transformação do paradigma da subjetividade, que encontra no cogito cartesiano sua figura inaugural. Essa noção multifacetada, que envolve diversos conceitos que remetem em última análise aos fenômenos da autoconsciência e da autodeterminação, instaura um paradigma da compreensão do sujeito humano como fundamento de suas representações, normas, valores e ações que suscita a complexa e inadiável questão de sua
Código: |
9786553612679 |
EAN: |
9786553612679 |
Peso (kg): |
1,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
2,50 |
Especificação |
Autor |
Edgar, Marques |
Editora |
KOTTER |
Ano Edição |
2024 |
Número Edição |
1 |