De Descartes a Husserl, passando pela crítica kantiana, a verdade é reconhecida como objeto privilegiado da fi losofi a e propriedade do sujeito, tanto como consciência transcendental quanto como atividade empírica. No entanto, na arqueologia do sabe r de Foucault, aquilo normalmente designado de verdadeiro se refere ao jogo de regras discursivas que confere legitimidade a saberes diferentes em uma época determinada. Na genealogia do poder, esse jogo de regras está vinculado à produção de discurs os qualifi cados como verdadeiros que se impõem mediante a desqualifi cação de outros, tidos como falsos. Os discursos operam como mecanismos de reprodução do poder, como é o caso da psiquiatria do século XIX, legitimada como dizer verdadeiro à custa da desqualifi cação da fala do louco.
Na genealogia da ética, os discursos verdadeiros auxiliam o sujeito a se autoconstituir como objeto de saber possível a partir de práticas de si livremente escolhidas. Os logoi, considerados discursos verdadeir os porque matrizes do agir, atuam no éthos do indivíduo, ajudando-o a desprender-se de identidades admitidas e a transformar sua própria maneira de viver. Daí a indissociabilidade entre verdade e ética.
Código: |
9788575264973 |
EAN: |
9788575264973 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
22,50 |
Largura (cm): |
15,50 |
Espessura (cm): |
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Especificação |
Autor |
Candiotto, Cesar |
Editora |
AUTENTICA |
Ano Edição |
2023 |
Número Edição |
1 |