Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira é uma “grande surpresa”, na avaliação de Luiz Costa Lima, e “uma das vozes mais expressivas da literatura atual”, segundo Wander Melo Miranda.
Há muito aguardado, finalmente poderemos ler seu novo romance: siames es.
Em conversa de praxe, ao telefone, o autor sugeriu frases simples para apresentar esta obra de fôlego enciclopédico e, ao mesmo tempo, whatsáppico, como ele a define.
Se você pensa em começar um relacionamento amoroso, não deixe de ler siames es.
Se vai terminar um caso de amor, também não pode deixar de lê-lo.
Agora, se quiser apenas entender um tiquinho a mais deste Brasil e do mundo…
Bem, nesse caso, terá um bom-bocado de prazer com a obra, de dar água na boca, viu?
E completou , rindo, que eu poderia dizer que é um ótimo presente, inclusive. Não de casamento, claro… Fez uma pausa. Fiquei quieto, na minha, porque percebi que o escritor matutava.
Pensando bem, nada impede os noivos de a enfiarem numa lista de presentes, po r que não?
É obra em dois volumes, de boa lombada, vistosa, e fica muito bem enfeitando uma estante.
Papeamos mais um pouco. Dei-lhe corda, a ver se amarrava alguma ideia à própria obra, poupando-me os parcos neurônios, mas ele insistia em se des viar do assunto, o tempo todo, comentando com indignação as cumuladas desgraças atuais. Pode ser que fosse de propósito, não sei, e eu é que não teria percebido uma refinada análise.
Digo isso agora, ao me lembrar de que frisou o fato de estarmos t odos com o baraço no pescoço, e que restaria aos brasileiros trocar os nós e enrolar, no cangote dos eus, as outras cordas ? vocais ou rabiscadas no desequilíbrio bambo dos dias.
Percebi que concluiu com a voz embargada. Se é que não fazia algum es tilo…
Não é fácil pôr a boca no trombone e soprar o a, e, i, o, u de um samba miudinho, né?
Quando ia desligar, recortou a despedida e disse que tivera outra repentina ideia que poderia aumentar consideravelmente o número de leitores.
Ó, diga l ogo de cara que é um livro imperdível para aqueles que querem ser escritores.
Ou, melhor ainda, diga apenas que é imperdível para qualquer escritor.
Se acreditarem, venderei como nunca.
Depois disso, falar mais o quê?
Xenófanes da Manguei ra, São Sebastião do Rio de Janeiro, março de 2021.
Capista: Carlos Garcia Fernandes
Outono 2021