Houve quem acreditasse que a globalização e a cultura de massa matariam o romance. No entanto, o escritor mexicano Carlos Fuentes crê que o efeito foi justamente o inverso - a literatura ganhou nova voz ao se dissolver a fronteira artificial que exis tia entre realismo e fantasia. Além disso, também foi inaugurada uma nova geografia do romance, pois os romancistas foram situados para além de suas nacionalidades, na terra comum da imaginação e da palavra. Esta é a tese principal defendida por Fuen tes no livro ''Geografia do romance''. A teoria de Fuentes é embasada em uma análise profunda das obras de 11 autores de diferentes nacionalidades - Jorge Luis Borges (Argentina), Juan Goytisolo (Espanha), Augusto Roa Bastos (Paraguai), Sergio Ramíre z (Nicarágua), Héctor Aguilar Camín (México), Milan Kundera (República Tcheca), Gy rgy Konrád (Hungria), Julian Barnes (Inglaterra), Artur Lundkvist (Suécia), Italo Calvino (Itália) e Salman Rushdie (Índia). Ele começa com Borges, por ser o escritor que transformou o tempo e o espaço em protagonistas de suas histórias, ensinando-nos a compreender a realidade relativista desses dois conceitos. O espaço e o tempo são linguagem, e o significado dos livros não está atrás de nós, mas no futuro, no po rvir. O leitor é o autor de ''Dom Quixote'', por exemplo, porque ele cria o seu livro. O leitor conhece o futuro, Cervantes, não. À luz de seus mestres contemporâneos, Fuentes explica que, mesmo em um mundo onde a informação nos chega sem que se prec ise buscá-la, o livro acrescenta algo à realidade que antes não estava ali e, ao fazê-lo, forma a realidade, mas uma realidade que, muitas vezes, não é imediatamente perceptível ou material.
Código: |
9788532521071 |
EAN: |
9788532521071 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,00 |
Especificação |
Autor |
Fuentes, Carlos |
Editora |
ROCCO |
Ano Edição |
2007 |
Número Edição |
1 |