Outroso Um Outro Mundo

Construir um outro mundo, outro lugar, com outras regras do jogo. Ariadne, Batata Tomasini, Terê, Rosinha e Hugo queriam. E deram para este lugar o nome de ''Outroso''. ''Outroso'' nasceu no verão, nas férias, numa dessas tardes de janeiro em que faz tanto calor que o tempo parece parar. Lá, cada um tinha a sua fantasia, era livre para viver suas emoções longe da violência e da opressão de um grupo que atormentava o bairro de Florida, chamado Patota. Tudo ia bem, até que a visita de um falso amigo acabou com a paz de Outroso, que foi invadido e quase destruído. E foi aí que nasceu a resistência dos cinco amigos que não podiam permitir que Outroso acabasse. Foi criada uma eficiente rede de espionagem que mobilizou o bairro e foram criadas inventivas máquinas para combater qualquer inimigo que entrasse, de novo, num lugar tão especial. As táticas de defesa foram minuciosamente planejadas, cada espaço tinha uma armadilha que derrotaria, de vez, aquele grupo que ninguém via, mas que todos conheciam. E a vitória foi festejada debaixo da cozinha de Ariadne, muito abaixo dos ladrilhos cor-de-rosa com pintas brancas e cinzentas, em ''Outroso''. A autora tece, com maestria, a história de um grupo de adolescentes que vive o domínio da didatura militar iniciada na década de 70 e que, por mais de dez anos, se impôs na Argentina. A primorosa tradução de Ana Maria Machado valoriza ainda mais o texto de Graciela Montes