***
Ofélia, da tragédia shakespeareana Hamlet, exerce um grande magnetismo sobre leitores e plateias. Um momento chave para se compreender a proliferação de imagens da personagem é o século XIX inglês, quando Ofélia passa a figurar com insistência no palco, na página e na pintura.
É o que Cristiane Smith nos mostra nesse valioso livro Ofélia e a Arte em que aborda o universo das edições, das montagens teatrais e das artes visuais, áreas interrelacionadas que conversam e se influenciam mutuam ente ao produzir imagens dessa figura trágica e fascinante.
Inicialmente, Cristiane Smith realiza um estudo apurado do universo das edições de Hamlet no século XIX, desvendando como Ofélia serviu de modelo de conduta para as jovens vitorianas.
No m undo dos palcos, a mais importante produção teatral de Hamlet do século XIX, do diretor Henry Irving, demonstra como Ellen Terry, a primeira-dama do teatro inglês, negocia seu papel reduzido ao dialogar com as pinturas populares da época. Com a sua i mpressionante fisicalidade, Terry arrebata tanto o público londrino quanto a crítica.
No campo da pintura, Ophelia, a obra-prima de John Everett Millais, ilustra como os pintores Pré-Rafaelitas retrataram o feminino. A breve vida da modelo e artista Elizabeth Siddal, que posou para o quadro, traz à tona a tênue relação da vida com a arte. Em um casamento conturbado com o célebre pintor e poeta Dante Gabriel Rossetti, Siddal morreu muito jovem, aos 32 anos. Viciada em láudano, tudo indica que Si ddal se suicidou, trazendo à mente a trajetória de Ofélia.
Ofélia e a Arte é um livro que certamente fará parte das leituras obrigatórias sobre a personagem shakespeareana.
Liana de Camargo Leão
***
A fascinante história das representações de Ofélia nas letras e nas artes conduziu à transfiguração da personagem shakespeariana em modelo arquetípico da condição feminina. Em ofélia e a arte, Cristiane Busato Smith destaca a onipresença de Ofélia no imaginário cultural da Inglaterra vitor iana, e reflete a respeito das profundas conexões entre a personagem e os universos das edições, do teatro e das artes visuais. A autora discute as especificidades da linguagem poética shakespeariana que inspirou encenadores e pintores, e aborda o tr ânsito ou transporte de imagens do texto dramático e da cena para a pintura ou vice-versa. A tela Ophelia (1852), de John Everett Millais, representa o ápice da criação pictural que retrata a trágica ambivalência da morte da heroína shakespeariana. A
Código: |
9786553611108 |
EAN: |
9786553611108 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
2,00 |
Especificação |
Autor |
BUSATO, SMITH |
Editora |
KOTTER |
Ano Edição |
2022 |
Número Edição |
1 |