• MACHADO DE ASSIS: LATÊNCIA SENSUAL CONSCIENTE

MACHADO DE ASSIS: LATÊNCIA SENSUAL CONSCIENTE

  • Disponibilidade: Esgotado
  • R$84,70



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A narrativa Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, acumula, de acordo com os ângulos por que pode ser encarada, uma metáfora e uma metonímia. Embora o narrador-personagem afirme não ser “um autor defunto, mas um defunto autor”, com isso apenas enfatiza a sua morte espiritual, porque Brás Cubas é em verdade um vivo morto, contando sua história de morte simbólica. As ocorrências do livro são metaforicamente póstumas, porque se prendem a essa morte simbólica de Brás Cubas, à s ua morte moral. Quanto à metonímia, a análise do que chamamos latência sensual consciente do autor revela que a Dor humana, motivo da temática do romance, é, por contiguidade ou por força do detalhe artístico, representada por uma dor específica, a d o conflito sexual. Sob as aparências de restringir o universo da obra -, que deve ser vista em sua globalidade de potencial estético, a descoberta de tal subjacência, que se encontra num enredo contíguo ao patente ou em elementos paralelos a este enr edo, estabelecendo-se com este, que tem vigor simbólico, uma interação -, antes amplia pela ambiguidade o valor estético dessa obra. (Do item Aspectos de latência sensual consciente).

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Em Machado de Assis: latência sensual consciente – con cebe-se um escritor não só realista, mas também neonaturalista e neossimbolista, de um peculiar neossimbolismo, criando uma simbólica ligada a antropônimos e topônimos, a nomes como o nariz, o chapéu, o mar, o dinheiro, o emplasto, os calçados e a po lítica, tudo se inserindo no sentido do contexto. Por ser consciente, tal latência não se conecta à biografia do escritor e não se vale de parâmetros psicanalistas, mas baseia-se em recursos retóricos, estilísticos, semânticos, etimológicos, isto é, em todos os níveis da linguagem e na autotextualidade.

Nomes como Bento, Capitolina, Glória e Escobar ver-se-ão presos a uma simbólica marítima em Dom Casmurro, e os nomes Virgília, Eugênia, Marcela, Brás Cubas e Lobo Neves têm significado de inf luência decisiva na problemática semântica do enredo das Memórias Póstumas. A visão do ciumento Bentinho é sublinhada, e o motivo da doença de Brás Cubas surge numa leitura colhida da ambiguidade e das entrelinhas. Aliás, a leitura destas é o que se mira constantemente na análise empreendida do contexto dos livros machadianos e de certas narrativas curtas de Eça de Queirós, de cantigas de Pero Meogo e de determinados textos de alguns autores brasileiros.

O leitor verificará que o fantástico

Código: 9786553610774
EAN: 9786553610774
Peso (kg): 0,000
Altura (cm): 23,00
Largura (cm): 16,00
Espessura (cm): 2,00
Especificação
Autor LINHARES, FILHO
Editora KOTTER
Ano Edição 2022
Número Edição 1

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