"Uma escrita que sustenta a vivência frágil do indivíduo contra a arbitrariedade bárbara da história." Foi com essas palavras que a Academia Sueca apresentou a obra de Imre Kertész, ao anunciá-lo vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2002. Entre as narrativas marcantes da segunda metade do século XX figuram os relatos e as reflexões dos sobreviventes dos campos de extermínio nazistas. Como Primo Levi e Paul Célan, Imre Kertész transforma a experiência da deportação em reflexão sobre os valor es éticos e morais da nossa sociedade - assim, o testemunho da degradação humana pode enriquecer o conhecimento e criar as bases de uma nova cultura. A língua exilada é uma coleção de ensaios permeados pela idéia de que o Holocausto não é um aconteci mento restrito aos nazistas e aos judeus: é uma experiência de cunho universal. Se o filósofo alemão Adorno dizia ser impossível escrever versos após Auschwitz, Kertész afirma que o campo de concentração é um marco zero e que, portanto, nada mais pod eria ser escrito sem fazer menção a ele. Segundo o autor, em todas as produções artísticas pós-Segunda Guerra Mundial estão evidentes as marcas da aniquilação dos valores que sustentavam a civilização antes do Holocausto. Passada a euforia inicial da queda do Muro de Berlim, em 1989, renasceram os velhos nacionalismos e, com eles, a sombra do anti-semitismo. O acerto de contas de Kertész jamais poupa o totalitarismo stalinista. Em um estilo marcado pelo humor amargo da Europa Central, Kertész r elembra também os intelectuais que escolheram o exílio à vida sob a opressão soviética.
Código: |
9788535905908 |
EAN: |
9788535905908 |
Peso (kg): |
0,000 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,20 |
Especificação |
Autor |
Kertész, Imre |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Ano Edição |
2004 |
Número Edição |
1 |