Cinquenta e dois autores - entre acadêmicos, lideranças políticas e ativistas sociais - de relevância nacional e de variadas matizes políticas no campo progressista realizam uma minuciosa avaliação, setor por setor, dos 13 anos de governos lulistas, que abrangem o período entre 2003 e 2016. São enfocados, entre outros, temas como economia em suas múltiplas variáveis, desenvolvimento, direitos sociais, judiciário, infraestrutura, energia, educação, saúde, cultura, segurança pública, meio-ambiente , direitos da mulher, população LGBT, povos indígenas, questão racial, esportes, combate à pobreza, comunicações, política externa, habitação e urbanismo e relações com movimentos sociais. Para analisar os avanços e limites da mais longeva experiênci a de um partido político à frente do Governo Federal desde a redemocratização do país, os organizadores Gilberto Maringoni e Juliano Medeiros convocaram pensadores, ativistas, parlamentares, dirigentes políticos e lideranças de movimentos sociais. Co ntribuíram com o balanço nomes como André Singer, Armando Boito Jr., Aldo Fornazieri, Chico Alencar, Cid Benjamin, Edmilson Brito Rodrigues, Eduardo Fagnani, Eloísa Machado de Almeida, Erminia Maricato, Guilherme Boulos, Ivan Valente, Jean Wyllys, Jo sé Luiz Del Roio, Leda Maria Paulani, Ligia Bahia, Lúcio Gregori, Luis Felipe Miguel, Luiz Eduardo Soares, Nilcéa Freire, Pedro Paulo Zahluth Bastos, Reginaldo Nasser e Vladimir Safatle, entre outros. ''Se não houver uma reflexão coletiva das tentati vas, omissões, acertos, erros e opções tomadas nas condições concretas da única oportunidade em que uma força egressa da esquerda alcançou o comando político do país, perderemos a chance de extrair algo valioso da derrota recente: o que fazer - como indicava um livro famoso - e, especialmente, o que não fazer. Em outras palavras, se não avaliarmos rigorosamente essa experiência - para o bem e para o mal - estaremos fadados a refazer velhas escolhas e a não aprender com os fracassos'', dizem os o rganizadores no prefácio. Composto por 43 capítulos, o livro evita avaliações fáceis e passionais ao examinar os detalhes e as nuances do período lulista. No processo de elaboração da obra, a escolha de parâmetros e abordagens foi livre, e uma única pauta foi pedida aos autores: examinar a área de maior afinidade e especialização de cada um. ''Tentamos ser abrangentes, sem a pretensão de chegarmos a uma convergência tácita ou a uma posição oficial desse ou daquele partido, organização ou escola